A Arte cerâmica do Maruanum

a encantaria como linguagem artística

Autores

  • Célia Souza da Costa
  • Wanda Maria da Silva Ferreira Lima
  • Elivaldo Serrão Custódio

Palavras-chave:

Louceiras do Maruanum, Mãe do barro, Patrimônio Cultural, Amapá

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a influência da encantaria na arte cerâmica produzida na localidade de Maruanum, localizada na zona rural da cidade de Macapá. A produção dessa arte e a manutenção da tradição do criar-saber-fazer das peças cabe às mulheres conhecidas como as Louceiras do Maruanum. Trata-se de um estudo que utilizou a metodologia hermenêutica fenomenológica, com base exploratória de natureza qualitativa voltada à pesquisa de campo, observação in loco e a entrevista como forma de investigação. O aporte teórico aponta estudos de Costa (2014), Nunes Filho (2003), entre outros. Como resultados dessa pesquisa, constatamos que o ofício do criar-saber-fazer das Louceiras do Maruanum é permeado pelo respeito ao ser místico “Mãe do barro” ou “Vovozinha”. Todo o processo de produção da cerâmica é baseado na permissão da “Mãe do barro”, com a retirada da argila até ao agradecimento pela boa queima da peça. Essas mulheres tem uma ligação subjetiva com os encantados e a crença arraigada à “Mãe do barro”, influências repassadas de geração para geração, pois a louça possui transcendência das culturas indígena e africana na sua relação com a natureza local (mata, rios, terra e floresta) e essa relação hoje é materializada na cerâmica, uma atividade artística cercada pelas forças da encantaria.

Biografia do Autor

Célia Souza da Costa

Doutoranda em Educação (PUC/PR). Mestre em Direito Ambiental e Políticas Públicas pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Graduada em Jornalismo, Direito e Filosofia. Especialista em Docência do Ensino Superior. Membro do Grupo Estudo, Pesquisa e Preservação da Cultura Material do Amapá (UNIFAP/CNPq).

Wanda Maria da Silva Ferreira Lima

Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Especialista em Arte-Educação em Instituições Culturais, pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. Graduada em Licenciatura Plena em Educação Artística com Habilitação em Música, pela Faculdade Estadual de Educação do Pará – UEPA.

Elivaldo Serrão Custódio

Doutorando em Teologia pela Escola Superior de Teologia (Faculdades EST) em São Leopoldo/RS, Brasil. Bolsista da CAPES. Mestre em Direito Ambiental e Políticas Públicas pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Docente da Secretaria de Estado de Educação do Amapá (SEED). Editor Associado da Revista Identidade da Faculdades EST. Membro do Grupo de Pesquisa Currículo, Identidade Religiosa e Práxis Educativa (Faculdades EST), do Grupo de Pesquisa Identidade (Faculdades EST), do Grupo de Pesquisa Centro de Estudos Políticos, Religião e Sociedade (CEPRES-UNIFAP/CNPq) e do Grupo de Pesquisa Educação, Relações Étnico-raciais e Interculturais (UNIFAP/CNPq).

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Publicado

03/31/2022

Como Citar

Costa, C. S. da, Lima, W. M. da S. F., & Custódio, E. S. (2022). A Arte cerâmica do Maruanum: a encantaria como linguagem artística. Identidade!, 21(2), 199–212. Recuperado de http://198.211.97.179/periodicos_novo/index.php/Identidade/article/view/1419

Edição

Seção

RELIGIÃO, IDENTIDADE E HISTÓRIA

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