MULHERES EM TEMPOS DE PANDEMIA:

A COTIDIANIDADE, A ECONOMIA DO CUIDADO E O GRITO UTERINO!

Autores

  • Claudete Beise Ulrich
  • Marga Janete Ströher
  • Nivia Ivette Núñez de la Paz

Palavras-chave:

mulheres, pandemia, cotidianidade, economia do cuidado, feminismo

Resumo

O presente artigo reflete sobre a realidade das mulheres em tempos de pandemia. A problemática que envolve o presente trabalho parte da pergunta: como tem sido a experiência das mulheres na pandemia do coronavírus (Covid-19), devido ao acúmulo dos cuidados como tarefa feminina e o grito uterino que vem dessa situação? Para responder a essa questão, buscamos referências da teologia feminista, que parte do princípio da experiência das mulheres para a análise da realidade e a reflexão teológica e que coloca a vida mesma em sua amplitude como critério hermenêutico. A metodologia utilizada é bibliográfica, a partir de artigos de revistas, entrevistas e livros. Além do mais, somos três mulheres, profissionais, afetadas também pelo home office que se mistura com o trabalho da casa e a necessidade de uma nova organização. O processo de ensino aprendizagem da pandemia tem sido cruel e tem afetado, especialmente, a vida das mulheres. A casa, que deveria ser um lugar seguro, apresenta-se para muitas como um lugar de perigo constante. Muitos trabalhos de cuidado remunerados ou não são realizados pelas mulheres. Historicamente o cuidado tem sido delegado às mulheres, sendo, por um lado, exaltado como parte do ser/fazer feminino (mãe e dona da casa) e, por outro lado, é um trabalho não remunerado ou mal remunerado (enfermeiras, assistentes sociais). Apresenta-se o artigo em três partes: a experiência das mulheres, a necessidade de reinventar a economia do cuidado e o grito uterino que ecoa com justa indignação. Evidencia-se que a pandemia visibilizou questões preexistentes: o aumento do cuidado sob os ombros das mulheres seja em casa ou nas diferentes profissões em que as mulheres estão na linha de frente, a violência contra as mulheres. A pandemia acentua a desigualdade social, racial e de gênero da sociedade brasileira, sendo que as mais atingidas são mulheres pobres, negras, pardas, idosas e com deficiência. O grito que nasce do feminismo clama por uma reinvenção do mundo que habitamos.

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Publicado

2021-04-29

Como Citar

Beise Ulrich, C., Janete Ströher, M. ., & Núñez de la Paz, N. I. . (2021). MULHERES EM TEMPOS DE PANDEMIA: : A COTIDIANIDADE, A ECONOMIA DO CUIDADO E O GRITO UTERINO!. Estudos Teológicos, 60(2), 554–572. Recuperado de http://198.211.97.179/periodicos_novo/index.php/ET/article/view/56

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