O SAGRADO E O SÍMBOLO AO SERVIÇO DE UM REGRESSO À PRÉ-MODERNIDADE
TRUMP, BOLSONARO E OS PARALELOS BÍBLICOS
Palabras clave:
Populismo Religioso, Religião, Política, EvangélicosResumen
Desde finais da década de setenta do século XX que assistimos a uma crescente relação entre alguns setores evangélicos e a política, quer nos EUA, quer no Brasil. Este fenômeno é paralelo a um avivamento de fé nesse quadro religioso que tem como um dos seus pontos basilares a afirmação do literalismo bíblico. Este duplo fenômeno corresponde a um quadro de desconfiança para com as instituições e a ciência. Mas, sobretudo, corresponde à consolidação, numa parte significativa da população, da incapacidade de ter pensamento crítico face ao religioso e ao político. O próprio universo religioso destes cidadãos torna-se “selvagem” na medida e que foge a toda a regulamentação da própria religião, transformando o líder político numa verdadeira hierofania, fora de qualquer crítica. Para realizar esta análise, postulamos o uso de dois paralelos bíblicos aplicados pelos seus seguidores a Trump e a Bolsonaro. Num caso, Trump é comparado a Jesus, noutro, ambos são percecionados pelos seus “crentes” como Salomão. Num regresso ao pensamento mítico, abandonando o cartesiano, temos neste fenômeno uma recusa à Modernidade e um regresso à Pré-Modernidade.