Papa Francisco e o paradoxo da Reforma
Uma reflexão sobre gênero e racismo no contexto da renovação eclesial
Palavras-chave:
Reforma, Gênero, Racismo, Papa Francisco.Resumo
O presente artigo abordará a questão da relevância reformadora do Papa Francisco em seus dez anos de pontificado, a partir de uma análise crítica e teológica sobre o tema de gênero e do racismo, como também seus gestos e movimento sinodal em toda a Igreja. Sabe-se que o dinâmico e visível processo de reforma eclesial e curial não é um fenômeno atual na história. Contudo, após o grande evento eclesial do século XX com o Concílio Vaticano II, um novo “vento” de reforma inundou o coração dos padres conciliares, com o intento de fazer dialogar a Igreja com uma nova modernidade. O Papa Francisco, filho deste Concílio, imbuído deste “espírito” conciliar, assumiu como missão reformar e instaurar um alargado processo de escuta sinodal em que, das vozes mais eloquentes às mais silenciosas, pudessem falar e partilhar suas perspectivas. É fato que um novo tipo de tensão proveniente da particularidade brotasse deste dispositivo de escuta. Assim, pretende-se refletir sobre este processo a partir de três horizontes interligados. No primeiro, expor o retorno da discussão sobre gênero e racismo dentro da tradição bíblico-teológica. No segundo, situar a reforma silenciosa e eloquente no pontificado de Francisco. Por fim, no terceiro, analisar criticamente os possíveis avanços e limites neste itinerário sinodal. O método de observação será o hermenêutico reflexivo, dando importância às fontes que brotaram das reflexões teológicas.
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