A pesquisa (auto)biográfica: por uma hermenêutica descolonizadora.
Palabras clave:
Narrativa autobiográfica. Reflexividade. Empoderamento. Hermenêutica descolonizadoraResumen
Neste trabalho propomos aproximações de uma hermenêutica descolonizadora, alinhada à hermenêutica feminista, que reivindica o reconhecimento da mulher na plenitude de sua humanidade, posta em risco por uma mirada androcêntrica do mundo e da espiritualidade. O propósito é trazer para a discussão, princípios epistemológicos e direcionamentos da pesquisa (auto)biográfica em Educação, entendendo que essa vertente da pesquisa qualitativa se inscreve numa perspectiva epistemopolítica, libertadora e descolonizadora, portanto, adequada às reflexões que vêm sendo conduzidas na perspectiva da hermenêutica feminista. A reflexão toma a narrativa como elemento comum da pesquisa (auto)biográfica em educação e da hermenêutica feminista, permitindo aprofundar o debate sobre “tradição e transformação”. Será, portanto, com base nos vínculos entre herança e mudança, submissão e empoderamento, que tentamos nos aproximar do horizonte de gênero, hoje consagrado. Teceremos, primeiramente, considerações sobre narrativa e narração, situando o interesse pela narrativa no que se convencionou chamar de “giro linguístico” ou “giro discursivo”. Em seguida, apresentaremos princípios e direcionamentos da pesquisa (auto)biográfica, sobre os quais se assentaria uma hermenêutica descolonizadora, para finalmente, abordar a travessia do sujeito epistêmico ao sujeito autobiográfico, que se constitui na linguagem e no exercício da reflexividade narrativa, suscetível de promover a consciência crítica da nossa historicidade.
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