Os textos do aborto
A posição discursiva da psicologia e dos direitos diante das gestações indesejadas
Palabras clave:
Psicologia, Saúde mental, Direitos, Aborto, TraumaResumen
O presente artigo disserta sobre uma questão ética que mobiliza profissionais da psicologia e do direito acerca da necessidade de se posicionarem diante da questão social e política do aborto seguro. Adotamos uma postura crítica em relação à pretensa neutralidade dos saberes e das técnicas profissionais, por entendermos que a construção do conhecimento situa em uma sociedade profundamente díspar em relação ao gênero, raça, classe, sexualidade e outros marcadores que estabelecem uma distribuição desigual da precariedade de vida sobre os corpos. Assim, partindo das contribuições de Sándor Ferenczi, o texto problematiza o caráter necessariamente traumático atribuído ao aborto, oferece visibilidade a outras pesquisas e narrativas que relacionam o aborto ao sentimento de alívio relatado pelas mulheres. Além disso, baseado em pesquisas e posicionamentos, tanto da Organizações das Nações Unidas quanto da Organização Mundial de Saúde, chama a atenção para o papel dos profissionais de saúde mental diante da tortura e do trauma que podem marcar uma gravidez indesejada levada a termo – uma interface incontornável com os direitos humanos. A partir de um pequeno texto literário, pensamos o papel da psicologia, desde espectro feminista, para escutar, ler e turvar as palavras (e seus sentidos) que envolvem o evento aborto, de modo a romper com o silêncio e acolher essas histórias que não estão sendo contadas.
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Derechos de autor 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO
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