SUBJETIVIDADES PUNITIVAS E PASTORAL DO ENCARCERAMENTO:
CONTRIBUIÇÕES FOUCAULTIANAS PARA A TEOLOGIA DEBATER O FIM DAS PRISÕES
Palavras-chave:
Teologia e prisões, Michel Foucault, Poder disciplinar, Governamentalidade, Poder pastoralResumo
O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo e a maior da América Latina, uma realidade marcada pelo encarceramento em massa, a seletividade penal e a prática de torturas. Entretanto, ao mesmo tempo que as prisões aparecerem como ultrajantes e inaceitáveis, é como se fossem naturais e intrínsecos à vida social. Diante dessa triste e angustiante situação, é oportuno perseguir o entrelaçamento entre teologias e prisões, a fim de apontar para outras saídas para a superação da violência estatal. O presente artigo busca apresentar resultados da pesquisa de mestrado defendida em Programa de Pós-Graduação em Teologia sobre encarceramento, sendo aprovada com louvor, com indicação para publicação. Para compreender o entrelaçamento entre teologias e prisões, bem como desenhar contribuições para a superação do encarceramento, a partir da Teologia Pública, foi necessário lançar mão de contribuições teórica de Michel Foucault. Deste modo, iremos expor o que temos chamado de pastoral do encarceramento, como um tipo de poder que se dedicando ao detalhe, desenvolve a matriz do governo político dos homens que se desenvolverá na modernidade, bem como baseado na extração da verdade e expiação das faltas produz a subjetividade moderna. O artigo está estruturado, a partir, das obras de Michel Foucault, Vigiar e Punir (1975), Segurança, território, população (1978) e Do governo dos vivos (1980), apresentando, respectivamente, poder disciplinar, governamentalidade e poder pastoral, e atos de verdade. Ao final, traços algumas considerações finais.