COMO AS FORÇAS SE CRUZAM
TAMBORES E CIRCULAÇÃO DE FORÇAS NAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS DO RIO GRANDE DO SUL
Palabras clave:
Quimbanda, Tambores, Forças, CruzamentosResumen
Este artigo tem como objetivo analisar alguns aspectos acerca da atuação de tambores no contexto das religiões afro-brasileiras do Rio Grande do Sul. Argumentarei que esses instrumentos podem nos fornecer importantes elementos de análise sobre os modos pelos quais o encontro entre Umbanda, Quimbanda e Batuque vem acontecendo nos terreiros gaúchos. Nessa esteira, darei maior atenção aos tambores destinados aos rituais de exu, considerando que os modos de lidar com esses instrumentos revelam, também, os modos de lidar com as dinâmicas próprias dos cruzamentos e das encruzilhadas e com as forças que nela transitam. Embaso-me em dois casos: primeiro, a distribuição espacial de um terreiro e os distintos grupos de tambores utilizados; segundo, busco mostrar como as sonoridades próprias dos exus protagonizam atravessamentos. Veremos como o universo da Quimbanda é fluido, capaz de abrir passagens entre diferentes modalidades rituais. No limite entre o que é cruzado, os exus atualizam seus potenciais inventivos.
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