A CONTRIBUIÇÃO DO PROJETO LÉLIA GONZALEZ DA UNILAB-CE, NO MEU DESPERTAR E COMO MULHER NEGRA
Palavras-chave:
Projeto Lélia Gonzalez, mulher, negra, escrevivênciaResumo
Sou Cláudia Maria, nasci no Distrito Federal e criada no estado do Piauí, sou assistente social, educadora popular, ativista e escrevivente. Fui apartada de minha mãe e de meu pai logo ao nascer e isso contribuiu para que eu tenha vivido uma sequência de apagamentos em relação à minha história de vida e para que eu viva até hoje em busca de minha real identidade e de conhecer e acessar minha ancestralidade. Minha existência não tem sido pautada numa caminhada fácil, mas tenho encontrado instrumentos capazes de me fazer pensar processos de incidência política e resistência a partir da compreensão de como está configurado o racismo estrutural e sobre como minha escrevivência pode contribuir com meus mecanismos de enfrentamento das violências que me afetam. A presente comunicação tem por objetivo, compartilhar minhas experiências participante e colaboradora do Projeto de Extensão e Pesquisa Lélia Gonzalez, Presente! Formação Interdisciplinar, Intelectual e Política sobre o Pensamento Feminista Negro para o Empoderamento de Mulheres Negras, oferecido pela Universidade da Integração da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab-Ceará), participar do projeto tem sido um divisor de águas em minha vida, pois representa para mim um instrumento educativo emancipatório que tem me despertado uma série de aprendizados, partilhas, escutas e acolhimento a partir dos escritos de intelectuais negras que só tive a oportunidade de conhecer através da oportunidade que o projeto proporciona. É um relato de experiência de abordagem qualitativa, com base teórica a “Escrevivência” de Conceição Evaristo, que compreende e valoriza as experiências pessoais, individuais ou coletivas como um elemento motivador para um despertar na produção de conhecimento dentro e fora da universidade. Minha intenção é que outras mulheres negras tenham a oportunidade de acessar o que me foi proporcionado e que possam produzir conhecimento e construir resistências em seus territórios.
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