O MAIS BELO DOS BELOS
UM OLHAR FENOMENOLÓGICO SOBRE A EMANCIPAÇÃO DA CORPOREIDADE NEGRA DO ILÊ AIYÊ
Palavras-chave:
Ilê Aiyê, Corporeidade, Negritude, FenomenologiaResumo
Entre o silenciar contínuo ao qual a cultura afro-brasileira deparou-se historicamente e o ato de resistir através da criação do primeiro bloco afro-brasileiro em 1974, o Ilê Aiyê mostrou-se um dos grandes protagonistas do (re)conhecimento histórico e político-social da diáspora africana em território brasileiro. Este estudo tem como objetivo compreender os aspectos da corporeidade que manifestam a negritude afirmada pelo grupo afro-baiano Ilê Aiyê a partir da fundamentação analítica de caráter qualitativo ancorada na abordagem fenomenológica de Merleau-Ponty. Realizou-se a visualização e transcrição dos depoimentos presentes em três vídeos da produção audiovisual Ocupação Ilê Aiyê (2018) disponibilizados no canal Itaú Cultural, na plataforma YouTube, os quais possibilitaram o desvelar da população negra como protagonistas de suas próprias histórias: a autoafirmação atravessa o Atlântico, as cordas e as lacunas históricas de ocultamento. O Ilê, portanto, revela-se como um potente agente para a libertação das manifestações afro-brasileiras e da negritude enquanto meio de afirmação da luta e da história da população negra. No bloco os corpos tornam-se mediadores do diálogo afrodiaspórico e carregam uma mensagem explícita da (re)existência da cultura negra, da beleza e do orgulho das suas identidades em um entrelaçar de sentidos e significados subjetivos e coletivos.
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