O corpo (re)existe
Reflexões sobre gênero, colonialidade e fundamentalismos no contexto evangélico brasileiro
Palavras-chave:
Teologia feminista, Fundamentalismo religioso, Teologia decolonial, Corpo, MulheresResumo
Neste artigo, trago algumas reflexões a partir do contexto cristão-evangélico brasileiro e o cenário de crescente fundamentalismo religioso e conservadorismo que temos testemunhado nos últimos anos, não apenas no Brasil, mas também na América Latina e em outras partes do mundo. Com a ebulição da discussão sobre temas referentes ao controle dos corpos das mulheres, igrejas cristãs das mais diversas vertentes, têm se posicionado e produzido não somente discursos sobre, mas também práticas comunitárias que abordam, nos mais diversos vieses, esses temas. Considerando o papel central que o controle dos corpos das mulheres tem no estabelecimento do fundamentalismo religioso, mostra-se relevante buscar compreender como esses dispositivos de controle são elaborados, articulados e aplicados pelos discursos e práticas religiosas. A partir de uma abordagem que toma como eixo de reflexão, tanto metodológica quanto epistemológica, uma teologia feminista decolonial, lanço algumas hipóteses sobre como os eixos da colonialidade e, especialmente, de uma colonialidade de gênero são articulados através de discursos e das representações sociais no campo evangélico, de forma a construir pontes e caminhos para perceber a recepção desses discursos e dessas representações pelas mulheres, em seus corpos, concretos e políticos, buscando compreender suas assimilações e também suas resistências. Visibilizar processos de resistência que já acontecem, legitimando a presença, a experiência e as vozes das mulheres cristãs, para construir processos de descolonização nas comunidades de fé, a partir de novos imaginários, epistemologias e práticas sociais. O corpo resiste!
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