DA DESCOLONIZAÇÃO EPISTEMO-POLÍTICA: REFLEXÕES DESDE OS CASOS BRASILEIRO E BOLIVIANO PARA UMA AGENDA POLÍTICA INTERCULTURAL
Palavras-chave:
Brasil, Bolívia, Constituição, Colonialidade, InterculturalidadeResumo
Este artigo propõe-se criar uma reflexão comparativa a partir de nosso trabalho de campo junto às comunidades quilombolas no Brasil e de nosso esforço de pesquisa sobre o processo constituinte na Bolívia (ocorrido entre 2006 e 2009). Primeiramente, expomos de forma breve os contextos de reconhecimento das comunidades quilombolas no Brasil e dos direitos dos povos indígenas na Bolívia. Em seguida, abordamos os dilemas e os limites deste reconhecimento que “esbarra” nos limites da colonialidade do poder. A abordagem, portanto, lida aqui com um processo absolutamente incompleto no que diz respeito às relações interculturais, no qual a radicalidade dos saberes indígena e quilombola não é levada até as últimas consequências – embora se note, no caso boliviano, um diálogo mais amplo, que se propõe, com maior ou menor sucesso, ir além do paradigma do “multiculturalismo” para um de pluralismo ontológico.