EMPREGADAS DOMÉSTICOS X PATROAS
Uma relação delicada e conflituosa
Palavras-chave:
Guiné-Bissau, trabalho doméstico, gênero, classeResumo
A Guiné-Bissau é um país situado na costa ocidental da África sendo um dos países africanos invadidos pelos colonos portugueses. Estes que deixaram várias marcas na estrutura social, cultural e política deste povo. E dentre elas destacamos o trabalho forçado e a exploração do trabalho doméstico. Este tipo de trabalho integra-se nas atividades ou setor de emprego mantido até hoje em condições análogas à escravização, tamanha é a contínua exploração laboral, principalmente, das mulheres. Sendo um legado que a escravatura implantou na vida das mulheres negras e pobres, os sistemas de opressão de classe, gênero e relações étnicos raciais são fenômenos que se interseccionam na vivência laboral entre as empregadas e suas patroas e patrões. Ao longo dos tempos, as mulheres que se dedicam a este trabalho são condicionadas e submetidas a várias práticas exploratórias que acabam por se tornarem padrões socioculturais na desvalorização do trabalho doméstico. A presente proposta de pesquisa visa compreender o trabalho doméstico na cidade de Bissau, concretamente nos bairros de São Paulo e Gabu-sinhu, tendo como perspectiva o estudo relacional, do cotidiano e da interseccionalidade dos sistemas de opressão de gênero, classe social e étnico-racial presentes nas relações entre empregadas e patroas. E tem o recorte de 2015 a 2022 período que marca a abertura de lutas e denúncias sobre a situação de conflitos entre as duas classes de mulheres pela ANAPROMED-GB (Associação Nacional de Proteção dos trabalhadores Domésticos). Interessa-se para esta pesquisa a abordagem qualitativa de cunho etnográfico do campo, as revisões bibliográficas e as consultas documentais. Serão feitas entrevistas semiestruturadas com empregadas, patroas/ões e outras personalidades. Espera-se compreender de que modo as categorias do sistema de opressão de gênero, classe e relações étnico-raciais atravessam a relação laboral entre as empregadas e patroas no âmbito do exercício do trabalho doméstico remunerado.
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