A INEXISTÊNCIA DE UMA ÚNICA LÓGICA CULTURAL COMO REQUISITO SINO QUO NON PARA PENSAR A PLURALIDADE EPISTÊMICA
A premência de sistematizar epistemologia de índole africana
Palavras-chave:
África, lógica cultural, pluralidade epistémica, sistematizaçãoResumo
Conceituar a epistemologia é uma tarefa que exige debruçar sobre a filosofia, visto que é um ramo da filosofia (Gnoseologia) que trata do estudo do conhecimento e do saber. Na verdade, trata-se de um conhecimento justificado, experimentado, comprovado e testado, diferente dos outros tipos de conhecimento, como filosófico, teológico e senso comum. Partindo do pressuposto de que todos os seres humanos têm a capacidade de conhecer e de refletir filosoficamente sobre as suas realidades socioculturais, sustenta-se que a epistemologia é universal e independente de cultura, etnia e raça. Os caminhos através dos quais um africano pode chegar ao conhecimento difere das formas que um chinês ou um europeu pode chegar. Seguindo esse pressuposto, percebe-se que existe pluralidade epistêmica, imbuída na realidade cultural. A pluralidade epistêmica implica a pluralidade cultural, uma vez que a cultura é lenta pelo qual o ser humano vê, lê, interpreta e age no mundo. Ninguém produz o conhecimento fora de uma realidade sociocultural. Neste trabalho, pretende-se analisar a inexistência de uma única lógica cultural como requisito sine quo non para pensar a pluralidade epistêmica. A ocidentalização do mundo constitui uma das primeiras violências epistêmicas praticada contra os povos nativos de África, Ásia e América. A imposição brutal dos valores ocidentais, no que tange à forma de produzir a ciência, os valores religiosos, a organização social e estatal, constitui a base do epistemicídio, etnocídio e genocídio praticado contra os povos colonizados. Para elaboração deste trabalho, que é uma reflexão de cunho teórico de abordagem qualitativa, apropriarmos da pesquisa bibliográfica, onde a nossa comunicação será sustentada pelos/a seguintes autores: Laraia (2001); Cardoso (2008); Oyěwùmí (2004); Foé (2013); Táíwò (1993); Hountondji (2008). Levando em consideração que a produção do conhecimento deve ser glocal, sustenta-se que há premência de sistematizar uma epistemologia de índole africana.
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