JOVENS NEGROS E ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
DESVANTAGENS NO ACESSO E O PROCESSO DE RESILIÊNCIA
Palavras-chave:
Universidade, Cotas, Negro, Políticas públicas, ResiliênciaResumo
Este artigo apresenta os resultados de pesquisa de mestrado realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul que analisa o processo de resiliência em estudantes cotistas de escolas públicas autodeclarados negros com bom desempenho acadêmico. Foram entrevistados dez cotistas, entre 20 e 33 anos, em sua maioria moradores da região metropolitana de Porto Alegre, de oito cursos diferentes. Eles ingressaram em 2008 pelo sistema de reserva de vagas aprovado através da Decisão 134/2007 do Conselho Universitário/ UFRGS. Apresentamos um breve histórico da política de ações afirmativas e a importância do tencionamento de representantes do Movimento Negro, centrais sindicais, partidos políticos e da sociedade na tentativa de influenciar a formulação de políticas públicas. Reconhecemos as desvantagens que jovens negros vivem para acessar o Ensino Superior neste país e através da escuta sensível identificamos o processo de resiliência em suas trajetórias, apesar do reduzido número de modelos negros em posições de destaque na sociedade. São superações frequentes diante das dificuldades cotidianas motivando a busca de realização de seus sonhos, tornando-os mais resistentes, levando-os a se reestruturarem e crescerem em resposta às situações de crise e aos desafios. Mas as instituições ainda são desafiadas e precisam oferecer mais cursos noturnos, reformular os currículos dos cursos (incluindo as leis 10.639/03 e 11 645/08), rever materiais didáticos, laboratórios, bibliotecas, além de repensar a assistência estudantil para permanência destes cotistas na universidade.
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