DAS PRÁTICAS SOCIAIS DA INFÂNCIA DO “CORREDOR” A REFLEXÕES SOBRE A ESCOLA
SABERES E FAZERES EM QUESTÃO
Palavras-chave:
Infância, Etnia / Raça, Práticas sociais, Educação, TrabalhoResumo
Este texto é resultante de uma pesquisa de doutorado que teve como objetivo refletir acerca da infância negra e trabalhadora residente em uma comunidade rural do município de Pelotas (RS), denominada Colônia Corrientes, e que vive em um espaço restrito, chamado “Corredor”, via de acesso à colônia. Através de categorias prioritárias de análise infância, trabalho e etnia/raça foi buscado apreender, através de uma pesquisa de natureza etnográfica, as práticas reconhecidas no seu conjunto como práticas sociais, que comportam elementos, muitas vezes, paradoxais, que potencializavam que esta primeira geração de crianças escolarizadas construam estratégias que garantam ultrapassar as barreiras econômicas a que suas famílias estão sujeitas enquanto trabalhadoras diárias, bem como, o convívio com uma série de distinções sociais sob a forma de racismo e preconceitos no interior de uma comunidade, majoritariamente, de origem alemã e, como consequência, também, no interior da escola. Aponta-se que estas singulares infâncias que estão a se escolarizar, ainda que muitas delas estejam submersas em reprovações sucessivas e privações de direitos sociais, construam no espaço do Corredor, uma postura incisiva frente às adversidades, orientada pela forma como as mulheres cuja condição de negras, pobres, chefes de família e não proprietárias, não as impede de estabelecer contrapontos entre os regimes de dominação e emancipação. Contatou-se as lacunas existentes em uma escola cujos formatos curriculares, se já não dialogavam com um contexto rural universal, igualmente, ignoravam a diversidade e potencialidade das infâncias presentes no seu interior, principalmente as do Corredor.
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